Após alguns percalços pelo caminho – e o quase cancelamento do Festival – o II FESTIVAL PAULÍNIA DE CINEMA voltou, com pequenas modificações, que agregaram ainda mais valor e dinamismo àquele espaço magnificamente construído.
Se no ano passado, pouca gente esclarecia suas dúvidas sobre os locais onde seriam realizadas as palestras, este ano haviam pessoas capacitadas a tirarem as dúvidas dos visitantes.
As entrevistas com diretor e elenco dos filmes selecionados, ganhou tratamento digno, com som e faixa de patrocinadores melhorados.
RUBENS EWALD FILHO continua à frente do Festival, trabalhando com amor e dedicação incríveis, o Secretário da Cultura EMERSON ALVES, ainda parece pouco à vontade para encabeçar uma mesa de debates, sem contar o stand com os belíssimos livros da editora IMPRENSA OFICIAL.
O que continua igual (e, por isso mesmo estonteante) é o imponente Teatro e suas colunas gigantescas. Paulínia pode orgulhar-se de ter pessoas honrosas e decentes (como as citadas acima), que lutam pela permanência da cultura em nosso meio. Porém, apesar das propagandas nas emissoras, poderia haver maior divulgação do evento, senão ficará reclusa a um nicho limitado.
O CINEMA E PIPOCA teve o privilégio de estar na Coletiva de Imprensa do filme de Lucélia Santos, intitulado DESTINO, no ótimo debate sobre novas mídias e nas sessões propriamente ditas, com produções como LINHA DE PASSE (troféu Menina de Ouro para SANDRA CORVELONE) e O MENINO DA PORTEIRA (troféu Menina de Ouro para Trilha Sonora).
OBRAS ASSISTIDAS PELO CP:O MENINO DA PORTEIRA (Mostra Paralela)
JEREMIAS MOREIRA perdeu a oportunidade de deixar essa refilmagem apenas aos nostálgicos de plantão, pois ninguém merece ver DANIEL como protagonista, num roteiro sem cabimento e tosco. VANESSA GIÁCOMO e JOSÉ DE ABREU salvam a película da nota mínima, mas foi por pouco.
NOTA: 3,0
QUANTO DURA O AMOR ? (Longa Metragem)
Três histórias paralelas que esclarecem o título do filme e um elenco sonolento fazem de QUANTO DURA O AMOR ? produção mediana que toca em temas atuais - mesmo que resvale, vez ou outra, em clichês infantis.
NOTA: 6,5
QUEM SERÁ KATLYN ? (Curta Regional)
A animação inicial no Curta QUEM SERÁ KATLYN ? é impagável, e se o diretor CAUE FERNANDES NUNES, permanecesse neste tom a projeção inteira, provavelmente teria uma sensacional obra em mãos. Porém, alguns depoimentos desnecessários e o desfecho repentino, tiram um pouco do brilho do trabalho.
NOTA: 5,0
SENTIDOS À FLOR DA PELE (Documentário)
O grande mérito deste documentário de EVALDO MOCARZEL é não tratar os deficientes visuais como “pobres coitados”, mas sim escolher um caminho de conquistas e mostrando-os como cidadãos independentes.
Ao final da sessão, os aplausos ecoaram com louvor dentro da sala de cinema.
NOTA: 8,0
DOCE AMARGO (Cur
ta Nacional)
Trazendo a talentosa DEBORA FALABELLA, DOCE AMARGO mostra os últimos momentos de vida de um casal que, sofreu acidente de carro e está preso nas ferragens.
Ótima utilização das câmeras e texto sucinto, fazem deste um dos melhores curtas assistidos pelo CP.
NOTA: 6,5
LINHA DE PASSE (Mostra Paralela)
WALTER SALLES e DANIELA THOMAS condensaram corretamente o roteiro de GEORGE MOURA e da própria DANIELA, transformando-o num filme poderoso, real e sem pieguices que emociona.
SANDRA CORVELONE é a alma da película, entregando-se por inteira à personagem.
NOTA: 8,0
SPETACULUM (Curta Regional)
Se compararmos o 1º com o 2º festivais, perceberemos a gigantesca evolução na qualidade dos Curtas Regionais que concorreram na cidade.
SPETACULUM pode deixar a desejar no quesito narração e roteiro, mas o aprimoramento de luz, câmera e atuação é respeitável.
NOTA: 5,5
MOSCOU (Documentário)
O experiente diretor EDUARDO COUTINHO (JOGO DE CENA), troca os pés pelas mãos e faz uma salada quase sem nexo ou concordância neste MOSCOU.
A homenagem que tentou prestar aos atores e atrizes do teatro, foi diluída em uma montagem pobre e cansativa.
NOTA: 3,0
MILÍMETROS (Curta Nacional)
Originalíssima esta empreitada do diretor ERICO RASSI, que conta com elenco afiadíssimo e roteiro inusitado, pegando todo e qualquer espectador desprevenido.
A discussão sobre o órgão reprodutor masculino, ganha contornos documentais lá pelo meio da obra, deixando-a ainda melhor.
NOTA: 7,5
NO MEU LUGAR (Longa Metragem)
A escolha de um roteiro fragmentado poderia colocar NO MEU LUGAR, como uma das melhores obras do Festival. Mas o diretor EDUARDO VALENTE se perde no decorrer do longa e o dinamismo inicial, só retorna no desfecho demasiadamente rápido, mas esclarecedor.
NOTA: 5,0
E os premiados na noite de 16 de julho de 2009 no II Festival Cinema de Paulínia foram:
LONGA-METRAGEM – FICÇÃO:Melhor Filme (R$ 60 mil): Olhos Azuis, de José Joffily.
Melhor Direção (R$ 30 mil): Ana Luiza Azevedo, de Antes que o Mundo Acabe
Prêmio Especial do Júri (R$ 30 mil): O Contador de Histórias, de Luiz Villaça.
Melhor Roteiro (R$15 mil): Paulo Halm e Melanie Dimantas, de Olhos Azuis
Melhor Ator (R$ 25 mil): Marco Ribeiro, Paulo Mendes e Cleiton Santos, de O Contador de Histórias
Melhor Atriz (R$ 25 mil): Cristina Lago (Olhos Azuis), Silvia Lourenço e Maria Clara Spinelli (Quanto Dura o Amor?)
Melhor Ator Coadjuvante (R$ 15 mil): Irandhir Santos, de Olhos Azuis
Melhor Atriz Coadjuvante (R$ 15 mil): Nívea Magno, de No Meu Lugar
Melhor Figurino (R$ 15 mil): Rosangela Cortinhas, de Antes que o Mundo Acabe
Melhor Trilha Sonora (R$ 15 mil): Leo Henkin, de Antes que o Mundo Acabe
Melhor Direção de Arte (R$ 15 mil): Fiapo Barth, de Antes que o Mundo Acabe
Melhor Som (R$ 15 mil): François Wolf, de Olhos Azuis
Melhor Montagem (R$ 15 mil): Pedro Bronz, de Olhos Azuis
Melhor Fotografia (R$ 15 mil): Jacob Solitrenick, de Antes que o Mundo Acabe
LONGA-METRAGEM – DOCUMENTÁRIO:Melhor Documentário (R$ 45 mil): Só Dez Por Cento é Mentira, de Pedro Cezar
Melhor Direção de Documentário (R$ 30 mil): Roberto Berliner e Pedro Bronz, por Herbert de Perto
CURTA-METRAGEM - NACIONAL:
Melhor Filme (R$ 20 mil): Timing, de Amir Admoni
Melhor Direção (R$ 15 mil): Érico Rassi, de Milímetros
Melhor Roteiro (R$ 8 mil): Erico Rassi de Milímetros
Melhor Ator (R$ 8 mil): Fábio Di Martino, de Milímetros
Melhor Atriz (R$ 8 mil): Débora Falabella, de Doce Amargo
Melhor Montagem (R$ 8 mil): Amir Admoni, de Timing
Melhor Fotografia (R$ 8 mil): André Modugno, de Relicário
PRÊMIO DA CRÍTICA:Melhor Filme de Ficção: Antes que o Mundo Acabe, de Ana Luiza Azevedo
Melhor Filme de Documentário: Moscou, de Eduardo Coutinho.
JÚRI POPULAR:Melhor Filme de Ficção (R$ 30 mil): O Contador de Histórias, de Luiz Villaça
Melhor Filme de Documentário (R$ 20 mil): Caro Francis, de Nelson Hoineff
Melhor Curta-metragem Nacional (R$ 10 mil): Nesta Data Querida, de Julia Rezende
Melhor Curta-metragem Regional (R$ 10 mil): Quem será Katlyn, de Caue Fernandes Nunes