QUEIME DEPOIS DE LER

Na obra dos IRMÃOES COHEN (ONDE OS FRACOS NÃO TEM VEZ), encontram-se inúmeros personagens icônicos, cobertos por aura negra e humor peculiar. MATADORES DE VELHINHAS encaixa-se perfeitamente neste quesito, porém, QUEIME DEPOIS DE LER está anos-luz à frente, sendo uma das melhores comédias do ano.

No elenco, nomes fortes da indústria cinematográfica, executam perfeitamente toda bizarrice do roteiro. Temos GEORGE CLOONEY (11 HOMENS E UM SEGREDO), num misto de egocentrismo e charme, JOHN MALKOVICH (CON AIR – A ROTA DA FUGA), distribuindo os melhores diálogos do longa, juntamente com J. K. SIMMONS (HOMEM ARANHA). TILDA SWINTON (CONDUTA DE RISCO) – melhor a cada trabalho – presenteia-nos com outra atuação memorável e FRANCES MCDORMAND (FARGO) e BRAD PITT (CLUBE DA LUTA), que poderiam cair no ostracismo, driblam expectativas pessimistas sem esforço.

Quando PITT e MCDORMAND (desesperada por cirurgia plástica) acham CD, que julgam ser secreto, usam todos artifícios para chantagear MALKOVICH (dono do objeto). O mesmo está sendo traído pela esposa – SWINTON – com CLOONEY, a situação complica-se de tal modo no decorrer da película, que o governo russo acaba envolvendo-se.

Poucos diretores têm controle absoluto de câmera e diálogos como JOEL e ETHAN COEN e em QUEIME DEPOIS DE LER provam – outra vez – capacidade ímpar em remeter-nos às histórias doentias, mas sempre poderosas, atingindo nervo do espectador, sejam elas, dramas ou comédias.

NOTA: 9,0

ORÇAMENTO: --