PAIXAO DE CRISTO

Raramente somos apresentados a algo tão visceral e impactante quanto A PAIXÃO DE CRISTO.

MEL GIBSON (O PATRIOTA), dirige seu filme com fúria nos momentos necessários, para no fim dar-nos a merecida trégua.

Preocupado em não jogar violência gratuita na tela (a porcentagem disso ocorrer era grande), moldou o roteiro milimétricamente - alguns exageros gráficos aqui ou ali, mas nada muito prejudicial.

Para haver maior realismo nas duas horas de projeção, todos os diálogos são pronunciados em aramaico (idioma falado na época).

JIM CAVIEZEL (O CONDE DE MONTE CRISTO), entrega-se por completo ao personagem - tanto que foi "coroado" (perdoe-me o trocadilho infame) com a indicação ao MTV Movie Awards e ao Oscar. Diferentemente do protagonista, MÔNICA BELLUCCI (MANDANDO BALA), está apática e abaixo das expectativas.

Seguimos o Todo Poderoso, desde sua captura, passando pela multidão pedindo para soltarem Barrabas, sua longa caminhada com a cruz nas costas, até a crucificação.
Muitos acharão uma visão tendenciosa e sensacionalista do diretor, acredito não estarem totalmente errados, mas A PAIXÃO DE CRISTO enche os olhos de qualquer espectador.

Utilizando fotografias opacas, GIBSON dá sensação de clausura (mesmo estando em ambientes amplos) e faz algo interessante: esquentar os debates sobre religiosidade no mundo todo, criando uma das seqüências mais desafiadoras e fortes da década, enfim presenteia-nos com pequena obra prima, contundente e auto-explicativa.

NOTA: 9,0

ORÇAMENTO: 25 Milhões de Dólares