sexta-feira, maio 29, 2009

BOLEIROS - ERA UMA VEZ O FUTEBOL...

guilhermefreitas.zip.net
Talvez o momento mais difícil na carreira de um profissional de futebol seja a despedida aos gramados, pois como é citado em BOLEIROS – ERA UMA VEZ O FUTEBOL: “ou você continua no ramo, ou vai ficar ‘coçando’ o resto da vida”.
Neste mundo globalizado, poucos jogadores tem vínculo verdadeiro nos clubes, principalmente porque quando “abre-se” mercado europeu, jovens promessas são vendidas em profusão, como mercadoria numa prateleira.

Portanto UGO GIORGETTI (SÁBADO) resgata essa nostalgia, essa paixão, essa tendência de que todo garotinho – muitas vezes por influência do pai – sonha se profissionalizar.Os 98 minutos são divididos em seis histórias, contadas por ex-atletas que reúnem-se num bar com a cervejinha e os aperitivos – quer algo mais brasileiro ?

1ª História: juiz corrupto acaba se vendendo e ajuda time a não ser rebaixado.
2ª História: técnico descobre garoto com potencial para transformar-se num craque, porém as más influências o atrapalham.
3ª História: jornalista quer entrevistar o campeão do mundo Paulinho Majestade, que colocou troféus e medalhas à venda.
4ª História: jogador contundido vai ao Pai de Santo (pois o tratamento médico é muito demorado), para curar-se das dores e ajudar o Corinthians num clássico.
5ª História: atleta negro é confundido com bandido, mesmo após ter aparecido nas emissoras nacionais.
6ª História: na noite de concentração, o ídolo do Palmeiras leva mulher para o quarto – após enganar o técnico.

Em certos “causos” falta naturalidade aos protagonistas, mas OTÁVIO AUGUSTO, ROGÉRIO CARDOSO e FLÁVIO MIGLIACCIO encabeçam elenco principal de maneira delicada.Um deles comenta emocionado: “às vezes olho para minhas fotos e não acredito que sou eu... Hoje já não tenho cérebro, braços e pernas para jogar”.
E é aí onde mora a essência do verdadeiro boleiro... sua paixão e fidelidade pelas “quatro linhas” jamais iram se esvair, independente do tempo ou da idade.

NOTA: 8,0
ORÇAMENTO: --

quinta-feira, maio 28, 2009

O DIA EM QUE A TERRA PAROU

www.adorocinema.com.brHá tantos personagens irritantes no decorrer dos cem minutos – aproximadamente – neste O DIA EM QUE A TERRA PAROU, que a lista facilmente lotaria esta crítica. Todos, sem exceção, provam o quanto SCOTT DERICKSON (O EXORCISMO DE EMILY ROSE) é péssimo diretor de atores – e razoável quando utiliza efeitos especiais.

Temos KEANU REEVES (MATRIX) patético e sem expressão facial, interpretando Klaatu, um alienígena “camarada” que vem à Terra nos avisar da destruição da nossa raça, JENNIFER CONNELLY (A CASA DE AREIA E NÉVOA), irreconhecível, principalmente nos momentos dramáticos, KATHY BATES (P.S. - EU TE AMO) como secretária de defesa norte-americana, parecendo marionete do presidente e JOHN CLEESE (A MENINA E O PORQUINHO) numa aparição rápida e rasteira. Mas nenhum personagem é tão desprezível quanto o de JADEN SMITH (filho de Will Smith em À PROCURA DA FELICIDADE), que poderia muito bem ser exterminado na segunda cena e não sentiríamos falta dele.

O DIA EM QUE A TERRA PAROU é refilmagem da ficção científica de 1951, troca-se os motivos (antes a Guerra Fria, agora o aquecimento global) e fica-se na medíocre intenção de um roteiro mecânico, previsível, que nunca faz jus ao título original, servindo apenas para introduzir uma boa computação gráfica nas cenas de destruição.

Assim como tantas “repaginações” atuais feitas em Hollywood, este é outro exemplo de como produtoras, roteiristas e diretores estão sem idéias e com medo de investirem em histórias originais, ficando reclusos a um nicho redundante e por vezes cem por cento irrelevante.

NOTA: 4,0
ORÇAMENTO: 80 Milhões de Dólares

terça-feira, maio 26, 2009

O JUSTICEIRO - EM ZONA DE GUERRA

www.sonypictures.comEsta é a terceira “reinvenção” do personagem da Marvel aos cinemas, Dolph Lundgren e Thomas Jane vestiram a camisa de Frank Castle e protagonizaram longas vergonhosos, patéticos e medonhos.
Agora RAY STEVENSON (seriado ROMA), teve missão de vingar morte da família em outra produção bizarra, onde nenhum segundo é levado a sério.

Não feliz com a violência sem fundamento colocada em HOOLIGANS, LEXI ALEXANDER (diretora) esbanja um mal gosto gráfico que não encontrava desde O ALBERGUE 2.
Tudo é motivo para cabeças serem estouradas por saraivadas de metralhadoras, corpos explodirem ou membros ficarem expostos.

Nem nomes conhecidos como JULIE BENZ (RAMBO 4) ou DOMINIC WEST (300), seguram este entretenimento raso que afundou merecidamente nas bilheterias norte-americanas e aqui foi lançado diretamente em DVD.
STEVENSON é o único responsável pelas seqüências minimamente relevantes, pois todos coadjuvantes são tão exagerados e irritantes que tiram gargalhadas do espectador.

Quando sua família é assassinada, Frank Castle decide combater o crime e exterminar todos mafiosos da cidade – batendo de frente com corporações policiais corruptas. Após desfigurar Billy Russotti (chefão da máfia), várias gangues juntam forças para derrotarem este inimigo incomum, tentando encurrala-lo dentro de um hotel abandonado.

O ator é tão lento nas cenas de ação que descobri algo espantoso: Steven Seagal não faria feio como Justiceiro.
O JUSTICEIRO – EM ZONA DE GUERRA só perde o posto de pior filme do ano, pois temos sempre DRAGONBALL – EVOLUTION no páreo.

NOTA: 2,0
ORÇAMENTO: --

segunda-feira, maio 25, 2009

NICK E NORAH - UMA NOITE DE AMOR E MÚSICA

www.cinema.cineclick.uol.com.br
MICHAEL CERA (SUPERBAD - É HOJE), desponta como um dos nomes mais promissores da atual safra humorística e prova em NICK E NORAH - UMA NOITE DE AMOR E MÚSICA empatia gigantesca, criando personagem lotado de falhas, medos e certa lentidão na hora de entender que a garota "ao lado" poderá ser seu grande amor. Pareceu piegas demais ? Portanto, mescle nesta salada ótimas referências musicais, um texto que reverencia essa juventude extremamente pop e, como a "cereja" do bolo, KAT DENNINGS graciosa e apaixonante.

A fluência também cabe à maioria quase absoluta dos coadjuvantes e as fotografias noturnas dão conta do recado. A sutileza do diretor PETER SOLLET é notada principalmente na cena passada dentro do estúdio de gravação - há sintonia e entrega como a muito não presenciava numa comédia romântica, voltada aos adolescentes.

Nick está à beira da depressão, após ter sido "chutado" pela ex-namorada. Seus amigos tentam reanimá-lo, porém as tentativas são em vão, até que surge oportunidade de assistirem ao show de uma banda que são fãs. Lá conhece Norah por acaso e, aos trancos e barrancos descobre sentimento forte pela garota (após discussões e confusões).

Os extras trazem boas informações (comentários, erros de gravação, teatro com marionetes e etc.), e menus bem escolhidos e interativos.O cinema ainda pode nos surpreender, basta apenas empurrãozinho aos diretores que amam verdadeiramente a sétima arte, para não ficarmos presos nas inúmeras banalidades filmadas por lá.

NOTA: 8,0
ORÇAMENTO: --

sexta-feira, maio 22, 2009

X – MEN ORIGENS: WOLVERINE

www.adorocinema.com.brMinha primeira reclamação: Gambit não teve atenção merecida, aparecendo pouquíssimo e sendo minimamente efetivo na trama dirigida por GAVIN HOOD (INFÂNCIA ROUBADA).
Segunda reclamação: há exageros evidentes na ação e por vezes achei que estava vendo outro episódio da cine-série Carga Explosiva.
Terceira reclamação: nunca vi um mutante tão descabido de personalidade quanto o atirador David North (interpretado por DANIEL HENNEY).

Já reclamei demais, agora vamos aos acertos nesta aventura mediana, encabeçada pelo “astro gente-boa” HUGH JACKMAN (também assina como produtor). E aliás, ele é novamente o maior acerto aqui, balanceando ira com momentos de lucidez na medida certa – as duas lutas contra Dente de Sabre (LIEV SCHREIBER, ótimo) também valem o ingresso.

Ficamos conhecendo a trajetória de Logan, desde sua infância atormentada pelo pai violento, passando por grandes feitos como a participação na 2ª Guerra Mundial, até ser recrutado por um agente do governo em missões de finalidades discutíveis (futuramente o mesmo oficial lhe aplicaria o adamantiun).
Aqui é o início da rebelião mutante contra os seres humanos – que fazem experiências para transforma-los em armas destrutivas e irracionais.

X – MEN ORIGENS: WOLVERINE se sai igual a O CONFRONTO FINAL e aquela seqüência final é explosivamente vergonhosa.
Após a trilogia, não deveriam mais entrar no universo mutante já que de agora em diante, com certeza começarão a trocar os pés pelas mãos.

NOTA: 4,0
ORÇAMENTO: 150 Milhões de Dólares

quinta-feira, maio 21, 2009

ANJOS E DEMÔNIOS

www.adorocinema.com.brObservação inicial: depois de quase um mês sem postagens, devido a problemas na minha "ferramente de trabalho", voltamos com tudo. Para recuperar o tempo perdido, faremos 6 críticas nos próximos 6 dias.
CINEMA E PIPOCA - O RETORNO... bem vindo, novamente!

Voltando ao filme: Aquela frase que diz: "Nós aprendemos com nossos erros !", serve muito para eset ANJOS E DEMÔNIOS, pois após a catástrofe na transposição de CÓDIGO DA VINCI para o cinema, RON HOWARD (UMA MENTE BRILHANTE) colocou nesta continuação das aventuras de Robert Langdon algo inexistente no livro: dinamismo. Obviamente ainda há certos diálogos inúteis ou seqüências bocejantes, mas temos tensão, ação e polêmicas para ninguém botar defeito.

Desde TOM HANKS (O RESGATE DO SOLDADO RYAN) – sem os mullets que tanto incomodaram os críticos -, passando pelo “espirituoso” EWAN MCGREGOR (A ILHA) e a simpática AYELET ZURER, até chegar na experiência de STELLAN SKARSGARD (DOGVILLE), nada lembra os coadjuvantes irritantes de outrora como Audrey Tautou, Jean Reno e Alfred Molina.

Depois de criar a antimatéria, cientista é morto e o material – extremamente perigoso – roubado. Próximo ao corpo encontra-se um ambigrama. Robert Langdoné chamado para explicar o significado do recado (e salvar o dia).
Para complicar a situação, ocorre no Vaticano a votação para elegerem o novo papa e os quatro principais candidatos foram seqüestrados e ameaçados de morte.

Há informação demais e o espectador que não leu o livro, poderá se perder nas inúmeras explicações ao longo da trama. A fotografia espetacular (amplificada pelas construções magníficas e de tons sombrios) ajuda na transposição de um suspense mirabolante, já a trilha sonora retorna tão prosaica quanto antes.
E, enquanto HOWARD “aprendeu com os erros”, o catolicismo irradia despreparo na hora de expor opiniões sobre películas que batem de frente com suas tradições...

NOTA: 7,0
ORÇAMENTO: 125 Milhões de Dólares

sexta-feira, maio 01, 2009

ROCKNROLLA - A GRANDE ROUBADA

www.adorocinema.com.brROCKNROLLA – A GRANDE ROUBADA é, sem sombra de dúvida o projeto mais inteligente de GUY RITCHIE (SNATH – PORCOS E DIAMANTES) desde a separação com Madonna.Atualmente o diretor tem tudo que Quentin Tarantino deixou para trás – diálogos espertos e abarrotados de referências pop, violência na medida certa, personagens bem construídos.

Saindo realmente da maré de atuações pífias, GERARD BUTLER (300) impõe dinamismo nas seqüências cômicas, porém além dele há TOM WILKINSON (CONDUTA DE RISCO) desfilando categoricamente frente às câmeras, criando personificação perfeita de um “RockNRolla”. A surpresa fica por conta do desconhecido TOBY KEBBELL, que cresce e ganha muita importância.

A edição rápida, os cortes abruptos e os ângulos diferentes, maximizam toda esfera de decadência dentro do “clube” freqüentado por One Two e companhia.THANDIE NEWTON (CRASH – NO LIMITE) é a única mulher do elenco fixo e dá sensualidade apenas no olhar. Aliás RITCHIE poderia render-se facilmente às cenas de sexo (pois a história propicia isso), mas inteligentemente não o faz.

Dois trambiqueiros ficam devendo dinheiro a um poderoso mafioso que consegue licitações ilegais aos seus “clientes”. Seu próximos negócio é com o russo Uri, este acaba emprestando quadro da sorte ao sócio e nem desconfia que sua contadora tem ligação com os trambiqueiros citados acima.Porém alguém rouba o tal quadro, outros personagens entram na briga e a inusitada bola de neve está formada.

O filme teria mais eficácia, caso usassem a cidade de Londres como pano de fundo por mais tempo. Fora isso, este jogo doentio de gatos e ratos convence e o humor negro que permeia a película são ingredientes especiais. É o retorno da fase “pós-Madonna” de RITCHIE.

NOTA: 8,0
ORÇAMENTO: 18 Milhões de Dólares
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