O OPERÁRIO

A degradação física em CHRISTIAN BALE (BATMAN – O CAVALEIRO DAS TREVAS) – vista logo na cena de abertura – é tremendamente impactante, causando sensação de desconforto, mas ainda há momentos de terror psicológico como nos velhos tempos, onde espectadores acabam ficando reféns do ótimo roteiro de SCOTT KOSAR, que monta quebra cabeças minucioso, intercalando realidade e imaginação no ponto certo.

Os exemplos (mesmo inconscientes) de como cidadãos norte-americanos encontraram-se após o 11 de setembro é evidente aqui – a confiança era algo raro, todos ao redor eram suspeitos e o medo tomava conta do dia a dia deles.
BRAD ANDERSON (diretor) explora intensidade dramática do caquético BALE, transpondo a interpretação mais perturbadora da carreira do astro. Há ainda JENNIFER JASON LEIGH (ESTRADA PARA PERDIÇÃO), correta frente às câmeras.

Trevor Reznik não dorme há um ano, por causa disso emagreceu muito. Para piorar tem alucinações e algum desconhecido o faz participar de um jogo doentio dentro do próprio apartamento, colocando bilhetes com desenhos e palavras inacabadas.

As locações sujas e decadentes dão originalidade e naturalidade aos 100 minutos de projeção, o clima de suspense é sufocante principalmente no terço final – quando acabamos entendendo o porque das ações de Trevor.
O OPERÁRIO é produção de difícil apreciação, mas vê-lo atentamente causa tensão maior que a maioria esmagadora de torture porns espalhados por aí...

NOTA: 8,0
ORÇAMENTO: 5 Milhões de Dólares