INIMIGOS PÚBLICOS

Se INIMIGOS PÚBLICOS não é o melhor filme do genial cineasta MICHAEL MANN (MIAMI VICE), é o mais charmoso e sexy.
Desde sua fotografia esplendorosa, até os tiroteios crus (especialidade do diretor, apesar de aqui, estar mais contido) e diálogos bem escritos, é aula cinematográfica e um colírio aos olhos dos cinéfilos.

O elenco não poderia ter sido melhor escolhido, e os protagonistas JOHNNY DEPP (PIRATAS DO CARIBE) e MARION COTILLARD (PIAF – UM HINO AO AMOR) deixam de lado as pieguices românticas de Hollywood e encarnam os papeis perfeitamente – ok, no final o clichezão volta a nos assombrar, mas nem incomoda tanto.

Ao contrário dos dois astros citados acima, CHRISTIAN BALE (BATMAN – O CAVALEIRO DAS TREVAS), tem participação discretíssima e seu Melvin Pervis nunca está à altura de John Dillinger.
A escolha de um primeiro ato mais versátil e divertido (o primeiro roubo mostrado, tem uma trilha sonora magnífica), dá todo tom a INIMIGOS PÚBLICOS, que ‘baixa a guarda’ no meio, para elevar-se novamente no desfecho.

Dillinger assaltava bancos com seu grupo, ninguém o pegava, a população o venerava como herói e a polícia, apesar de estar sempre em seu encalço, estava sempre 'um passo atrás'.
Neste momento, entra Melvin Pervis, agente colocado nas ruas dos Estados Unidos para prender os criminosos.

MICHAEL MANN continua sendo o diretor mais versátil da atualidade e merece uma vaguinha ao Oscar (apesar de achardifícil que isso não acontecerá).
Além desses detalhes positivos, ainda há o tratamento com os cenários (os carros de época e os edifícios, deixam a obra ainda mais arrebatadora) e os figurinos, detalhadíssimos.
No fundo, o que o assaltante queria, era fama, glamour e dinheiro. Para o bem ou para o mal, todos nós, meros capitalistas mortais, sonhamos com isso, mas ao contrário de Dillinger, não há como chegarmos às vias de fato.

NOTA: 8,0
ORÇAMENTO: 100 Milhões de Dólares