A IDENTIDADE BOURNE

Nos anos 70 e 80, heróis indestrutíveis tomaram o cinema, com Stallone, Chuck Norris, Steven Seagal e etc, e só após Bruce Willis e seu John McClane provarem ao mundo que o herói também apanha, é que enxergamos o quão datada a fórmula do ‘exército de um homem só’ estava.
E no início de um novo século, surge Bourne, Jason Bourne e vira a indústria do entretenimento – e do gênero ação, mais precisamente – de cabeça para baixo, com suas tomadas realistas e roteiro sensacional.

DOUG LIMAN (SR. E SRA. SMITH), entrega aqui seu trabalho mais visceral e sério, desvencilhando-se dos clichês e trazendo um protagonista, que poucos botavam fé: MATT DAMON (O RESGATE DO SOLDADO RYAN).
Fora eles, há coadjuvantes respeitáveis, como CLIVE OWEN (CLOSER – PERTO DEMAIS), CHRIS COOPER (BELEZA AMERICANA) e BRIAN COX (A ÚLTIMA NOITE), todos devidamente corretos nas respectivas interpretações.

Um homem é encontrado boiando em pleno oceano, sem memória, com um chip dentro da pele e com alguns tiros pelo corpo. Ao passar dos minutos, ele descobre ter habilidades de luta e que trabalhava como agente secreto nos Estados Unidos – num programa especial, que treinava soldados para obedecerem ordens cegamente. A partir daí, procura respostas para entender o porque de estar sendo seguido.

Com roteiro minimalista de TONY GILROY (diretor de CONDUTA DE RISCO), perseguições de carro incríveis – uma das melhores dos últimos 20 anos –, fotografia e edição entrecortadas e perfeitas para a fluência do entretenimento – como se todos os 119 minutos fossem apresentados como clímax -, A IDENTIDADE BOURNE é um ótimo sopro de originalidade, no meio das babaquices do cinemão de ação.
Esqueça 007, neste novo século quem dá as cartas é Jason Bourne!

NOTA: 8,0
ORÇAMENTO: 75 Milhões de Dólares