Atualmente QUENTIN TARANTINO "presenteia-nos" com obras pouco inteligentes, entregando aquilo que fãs querem (aventuras descerebradas). Esteticamente, sabe usar tais artimanhas, porém os roteiros ficam longe da fúria indestrutível, deste CÃES DE ALUGUEL, por exemplo.
Trazendo nomes como HARVEY KEITEL (DRAGÃO VERMELHO), num dos momentos mais inspirados da carreira, dando verocidade tremenda a Mr. White, STEVE BUSCEMI (CON AIR – A ROTA DA FUGA), num papel típico, exagerado e cheio de neuras e TIM ROTH (PULP FICTION), coadjuvante que cem por cento das produções procuram. Completando o timaço: MICHAEL MADSEN (THELMA E LOUISE) e CHRIS PENN (O PREÇO DA TRAIÇÃO).
Na primeira oportunidade, TARANTINO interpreta ele próprio, citando referências pop. E atrás da câmeras, o diretor preza cada detalhe, filmando categoricamente e, mesmo após anos do lançamento, consegue proeza de ser atualíssimo (a seqüência em que batem num tira, ao som de trilhas sonoras anos 70 é impecável).
A edição quase sem cortes, usa interessante (e ofuscante) iluminação, fundindo-se perfeitamente à locação e corroborando a vida dos próprios mafiosos (sempre ocultos em certa escuridão).
Apesar do clima sombrio, há humor negro, servindo de aperitivo ao clímax surpreendentemente perverso.
Conta-se como cinco bandidos, foram escolhidos para roubarem diamantes numa joalheria (nenhum deles sabia nome do outro). Num momento crucial policiais chegam e fecham cerco. Agora, quem conseguiu fugir, terá dura missão de descobrir quem os traiu.
O tratamento em relação ao passado dos criminosos é visto nos flashbacks, separados como capítulos (usado épocas depois, no sanguinário KILL BILL).
Se cem por cento da película respira inspiração, os 15 minutos finais colocam-na como obra prima (mudando conceitos e fazendo do cinema mais apaixonante).
NOTA: 10,0
ORÇAMENTO: 900 Mil Dólares