quarta-feira, junho 29, 2011

O CINEMA E O FUTEBOL


O que Pelé, Zidane, Ronaldo, Maradona, Orson Welles, Alfred Hitchcock e Stanley Kubrick tem em comum?
São gênios, gênios em duas vertentes diferentes. Os 4 primeiros dominaram a arte dos gols, dos dribles, das jogadas desconcertantes, os 3 últimos, dominaram a 7ª arte, dando ao espectador momentos sublimes, geniais e desconcertantes.

Futebol e cinema, duas paixões enraizadas na cultura popular, que abrem discussões em rodas de bares e que, no fim das contas, todos nós achamos que sabemos muito, quando não sabemos nada.
Mas daí vem a questão do por que, haver tão poucos filmes sobre futebol nos cinemas? Tirando os muitos documentários interessantes como PELÉ ETERNO, ZIDANE – UM RETRATO DO SÉCULO, TODAS AS PAIXÕES DO MUNDO e etc., é raro encontrar um roteiro ficcional para o tema!

Mas saiba você, que existe sim razões para esta escassez, pois ao contrário do beisebol ou basquete é quase impossível coreografar uma jogada no futebol, sem que ela perca a naturalidade. Uma das saídas encontradas foi mesclar os atores nos sets de filmagem, com jogadores em partidas reais, mas mesmo esta ferramenta não foi eficaz para levar os torcedores para dentro do cinema e raramente as bilheterias conseguem ser satisfatórias.

E tocando neste assunto, é quase obrigatório falarmos sobre o Canal 100, produzido entre 1959 e 1986, conta com imagens que deixam os fanáticos por futebol emocionados e maravilhados!

Em terras gringas, podemos citar diversos títulos, como por exemplo EL PORTERO (2000, de Gonzalo Suárez), DÍAS DE FÚTBOL (2003, de David Serrano), sobre o dia a dia do esporte, FEBRE DE BOLA (1997, de David Evans), A COPA (1999, de Khyentse Norbu), DRIBLANDO O DESTINO (2002, de Gurinder Chadha), a trilogia GOL (2005, 2007, 2009, respectivamente) e KUNG FU FUTEBOL CLUBE (2001, de Stephen Chow), sobre alguns mestres de artes marciais jogando futebol. Além disso, FUGA PARA A VITÓRIA se destaca, por trazer no elenco SYLVESTER STALLONE, MICHAEL CAINE e PELÉ.

No Brasil, muitos foram os artistas que homenagearam o esporte, desde Mazzaroppi com O CORINTIANO (1966, de Milton Amaral), passando por Didi e sua turma com OS TRAPALHÕES E O REI DO FUTEBOL, (1986, de Carlos Manga), até chegar aos dias atuais com Cao Hamburguer e seu O DIA EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS.

Mas, na minha modesta opinião, nenhum retratou com tanto entusiasmo, carinho e amor o futebol nacional quanto BOLEIROS – ERA UMA VEZ O FUTEBOL. Pois UGO GIORGETTI coloca em seu roteiro jogadores aposentados, sentados num bar e contando alguns ‘causos’ da época em que eram profissionais. A sensação de nostalgia é evidente e consegue fazer rir e emocionar.

Outro ponto a ser citado é que existe também uma mostra que exibe os melhores exemplares do gênero, feitos no Brasil e no exterior, chamado CineFoot, que teve sua 2ª edição neste ano de 2011, com exibições no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Para quem se interessou sobre o tema, aqui vão outros filmes que vale a pena conhecer: À PROCURA DE ERIC, MALDITO FUTEBOL CLUBE, LINHA DE PASSE, O MILAGRE DE BERNA, ZICO NA REDE, HOOLIGANS.
E existe o livro FOME DE BOLA, da editora Imprensa Oficial, escrito por Luiz Zanin Oricchio que é sensacional, vale também uma boa conferida!

0 comentários:

Related Posts with Thumbnails