PARADISE NOW

Culturalmente falando, PARADISE NOW é sublime. Tem como maior trunfo mostrar as grandes diferenças entre religião e fanatismo sem fundamento.
O Oriente Médio tem na religião uma crença tão forte que cega - principalmente pela rigorosidade imposta no Alcorão.

Como filme em si, a produção traz muito mais pontos positivos e locações de uma crueza monstruosa, que encaixando-se muitíssimo bem ao roteiro denso e sempre sério.
Os diálogos são sempre secos e rápidos, dando sensação de medo e agonia para nós.

Dois grandes amigos são "convidados" a serem martirizados "em nome de Alá" por causa de outra Guerra Santa, feita por aqueles que jamais se matariam por algum deus.
Um deles apaixona-se e acaba vendo-se no meio de várias incógnitas como: porque se matar? Será que irão mesmo para o paraíso? e etc.. Mas o outro está cego pela causa e pretende morrer.

Concorreu no Oscar pela categoria Melhor Filme Estrangeiro, mas perdeu para o sul-africano TOTSI.
PARADISE NOW recebeu fortes repressões no Líbano, Israel e em todo Oriente Médio, por tocar num tema ultra-delicado.

A cena da gravação antes do martírio é, sem dúvida, uma das mais fortes e dramáticas do ano, tornando-se algo quase poético.
Esqueça blockbusters, ação forçada ou comédias doentias, PARADISE NOW é drama de alta qualidade.

NOTA: 9,0
ORÇAMENTO: --