O ESPIÃO QUE SABIA DEMAIS

TOMAS ALFREDSON é um dos diretores mais competentes que surgiram nos últimos anos no cinema mundial, foi dele um dos melhores exemplares do gênero ‘vampírico’ – o excepcional DEIXA ELA ENTRAR – e além disso, trouxe uma assinatura própria, o que fez abrir as portas de Hollywood para ele.

Em O ESPIÃO QUE SABIA DEMAIS, seu novo projeto que concorre a 3 Indicações ao Oscar, flerta ainda com os ótimos enquadramentos e com cortes rápidos e secos no início. Mas ao tentar seguir uma linha completamente distante dos ‘Jason Bourne’ ou qualquer outro espião deste novo século nos cinemas, se perde num roteiro que tenta ser mais inteligente e difícil do que realmente é.

Mas quem segura às pontas e não deixa essa produção descambar para a completa monotonia é GARY OLDMAN (DRÁCULA DE BRAM STOKER), que elabora seu personagem em cima de detalhes mínimos, como olhares e alguns gestos pontuais, além dos momentos – principalmente no terceiro ato – em que a tensão e a paranóia são quase palpáveis.

Só após os primeiros 40 minutos que O ESPIÃO QUE SABIA DEMAIS engrena, mas o roteiro, tirado do livro de John Le Carré, é bastante oscilante e as idas e vindas no tempo, também podem confundir os espectadores.

George Smiley é um agente do Serviço Secreto Britânico, que durante a Guerra Fria acaba tendo a missão de descobrir quem é o agente duplo que está infiltrado na corporação e que também trabalhou para os soviéticos.
Todos são suspeitos, mas como tirar tal informação de profissionais que foram treinados para trabalharem em condições de extrema pressão psicológica?

Além de OLDMAN temos no elenco COLIN FIRTH (O DISCURSO DO REI), MARK STRONG (LANTERNA VERDE) e JOHN HURT (MELANCOLIA), mas que pouco somam ao universo ao qual estão contidos. Lá pelo meio do filme, há um monólogo do personagem Smiley e com certeza foi o ponto chave para a indicação de OLDMAN.
Num primeiro trabalho em Hollywood, ALFREDSON ficou devendo!

Título Original: Tinker, Tailor, Soldier, Spy
Ano Lançamento: 2011 (Alemanha/França/Reino Unido)
Dir: Tomas Alfredson
Elenco: Gary Oldman, John Hurt, Tom Hardy, Colin Firth, Benedict Cumberbatch, Ciarán Hinds, Mark Strong, Toby Jones

ORÇAMENTO: 30 Milhões de Dólares