O TERCEIRO COMEÇO
Novamente a audiência ficou devendo e um ‘3º Começo’ surgia ainda em 1985. O setor de dramaturgia foi desativado e apostou-se numa programação mais popular (com Clodovil, Pepita Rodrigues, filmes e programas humorísticos).
No campo jornalístico foram produzidos diversas ‘séries especiais’, como ‘Xingu’ que mostrava a vida dos indígenas naquela região.
Em 1986, a empresa já acumulava uma dívida de 23 Milhões de Dólares. Em abril, volta-se a abrir os cofres para telenovelas e ‘Dona Beija’ torna-se o primeiro sucesso desta retomada, com 15 pontos na audiência em média.
Em julho do mesmo ano veio a Copa do Mundo no México, e a MANCHETE não poupou esforços e fez uma cobertura digna, com boletins diários e transmissões ao vivo.
Porém, no fim de 86, funcionários entram em greve, devido a falta de salários.
Em 1987, colocaram 1000 funcionários, mais uma câmera robô e um helicóptero para transmitirem o carnaval e bater de frente com a Rede Globo.
Em abril, o programa ‘A Nave da Fantasia’ trazia uma substituta de Xuxa, seu nome: Angélica – na época com 13 anos de idade.
Daí, a linha de humor e musicais é fechada e os funcionários demitidos. Adolpho Bloch já dava sinais que gostaria de vender a emissora. Nada disso se concretizou e em 1988 a dívida era de 34 Milhões de Dólares.
No mesmo ano, transmitiriam os Jogos Olímpicos de Seul e a linha humorística seria reativada – o que melhorou as condições da MANCHETE.
‘Documento Especial, Televisão Verdade’, iniciou e revolucionou os documentários televisivos, sempre com matérias sensacionalistas e polêmicas. Na mesma época, os jovens ligavam seus aparelhos televisores em massa, para verem ‘Changerman’, ‘Flashman’, Jiraya’, ‘Jaspion’, ‘Kamen Rider’ e outros Tokusatsus japoneses.
Em janeiro de 1990, em meio a crise econômica, Adolpho Bloch investe em outra sede em São Paulo, no valor de 25 Milhões de Dólares.
Em março, estrearia ‘Pantanal’, ao custo de 8 Milhões de Dólares. Bateu a Rede Globo e conseguia 30 pontos, fazendo a emissora faturar 120 Milhões de Dólares no mesmo ano – talvez, aqui tenha sido a melhor fase da MANCHETE.
Em julho, o Banco do Brasil embarga os bens da emissora, para garantir o pagamento de uma dívida de 60 Milhões de Dólares. No campo esportivo, recoloca seu time em campo para cobrir a Copa da Itália.
Com o término de ‘Pantanal’, entrou em seu lugar ‘A História de Ana Raio e Zé Trovão’, também com um custo de 8 Milhões de Dólares, mas que não fez, nem de longe o sucesso da antecessora.
Em agosto de 1991, é noticiada uma suposta venda da emissora, para o empresário Paulo Octávio, mas nada se concretizou.
A VENDA DE 1992
Em 1991 estrearia ‘Amazônia’, nos mesmos moldes e com o mesmo elenco e diretor de ‘Pantanal’, Jaime Monjardim.
Mas o diretor foi contratado pela Rede Globo e, antes da estréia da novela, abandonou o projeto. Obviamente, o programa não agradou e, apesar das diversas mudanças – todas sem sucesso – foi finalizado sem grande prestígio. Os lucros não supriram os gastos, e aumentava mais ainda a dívida da emissora carioca.
Em junho de 1992, o empresário Amílton Lucas de Oliveira, presidente do Grupo IBF, compra a MANCHETE e de cara demite mais de 600 funcionários. Traz poucas novidades na grade de programação e perde Angélica para o SBT.
Em março de 1993, funcionários denunciam a falta de pagamentos dos salários, desde dezembro. Aliado a isso, a IBF não pagou sua parcela nas dívidas, desrespeitando o contrato assinado com o Grupo Bloch. Então, em abril de 1993, Adolpho Bloch retoma seu canal.
A dificuldade nessa época foi ainda maior, pois profissionais respeitáveis haviam saído e estava complicadíssimo para criar uma grade de programação. Em julho, grevistas tiram a MANCHETE do ar. Fernando Barbosa Lima assume, no mesmo ano a diretora-geral.
A tacada então, foi produzir uma novela baseada na vida do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Mas uma liminar na justiça proibiu sua exibição e a solução foi aproveitar os atores em outra obra: ‘Guerra sem Fim’ – e outro fracasso foi visto.
Em 1994, ‘Os Cavaleiros do Zodíaco’ virava febre entre as crianças, dando uma média de 16 pontos nas seções diárias.
E, tirando ‘Câmera Manchete’, ‘Incrível, Fantástico e Extraordinário’, o restante resumia-se em programas de televendas.
Por falta de verba, este ano a MANCHETE deixou de exibir a Copa do Mundo e o Desfile das Escolas de Samba.
A atenção de todos lá dentro, voltava-se para a produção de ‘Tocaia Grande’, livro escrito por Jorge Amado e que, deveria ser a salvação da emissora.
REERGUIMENTO A PARTIR DE 1995
Vagarosamente, a emissora dava sinais de ‘ressurgimento’ e no mês de fevereiro voltava a transmitir o Desfile das Escolas de Samba.
No jornalístico ’24 Horas’, imagens fortes e reportagens sensacionalistas deram certo e ajudaram na tentativa de uma ‘programação mais popularesca’.
Em outubro, ‘Tocaia Grande’ estreou com baixos índices e em dois meses, o diretor foi trocado. A tacada deu certo e Walter Avancinni triplicou a audiência.
O "Márcia Peltier Pesquisa" também foi sucesso, dando 10 pontos.
Fonte: www.redemanchete.net
5 comentários:
Ótima materia! parabéns!
Muito bom mesmo!!! Adorava essa emissora com o CDZ e os tokusatso!!!
Bateu uma nostalgia...
Acesse twitter.com/rodrigorockshow e fique sabendo das novidades….
ehhehe
realmente muito bom, eu particularmente trabalhei na manchete em são paulo na decada de 90, era editor de imagens, bons tempos, bons amigos...a vida continua!!!
Falando na transmissão do carnaval da Manchete, eu sempre preferi assistir esse ao da Globo, já que pra variar, a Globo sempre corta a metade de tudo o que queremos ver. O programa apresentado por angélica foi o Clube da Criança, lembro-me até hj, o ex-peão de A Fazenda, Matheus Rocha, foi um dos "angélicos" dela..rsrsr.
Muito boa a lembrança no blog, parabéns!
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