Sem qualquer ajuda de governo ou patrocinadores, o gênero terror no Brasil está fadado a um limbo impiedoso, pois se até José Mojica Marins (nosso expoente deste ‘nicho’), teve um trabalho imenso para tirar seu ENCARNAÇÃO DO DEMÔNIO do papel, o que dizer destes cidadãos que saem com a cara, coragem, uma câmera na mão e nada de grana, para criar sua película?
RODRIGO ARAGÃO faz sua estréia em longas com MANGUE NEGRO, produção que usa todo misticismo e paisagens tipicamente brasileiras e nos transporta a uma pacata vila, onde o mangue é o único sustento dos moradores, porém, numa noite, mortos levantam-se de dentro da terra, sedentos por carne humana.
Luís, um dos poucos sobreviventes, lutará com todas as forças para proteger sua amada Raquel e ir o mais longe possível desses seres.
O bacana é que, sabiam das limitações da produção e nos pouco mais de noventa minutos, consegue-se um interessante diálogo com o espectador.
No terço final, temos ângulos muitíssimo privilegiados, mas duas coisas me incomodaram: a falta de naturalidade nos diálogos e várias seqüências desnecessárias - é cansativo ver Dona Benedita pronunciar pela enésima vez: ‘...meu falecido esposo, que Deus o tenha’.
Para se ter uma idéia, MANGUE NEGRO faturou os prêmios de ‘Melhor Filme’, ‘Diretor Estreante’ e ‘Efeitos Especiais’ em Buenos Aires, ‘Melhor Filme’ e ‘Atriz’ no Prêmio Omelete Marginal.
O filme terá distribuição da Imperi Filmes e, espera-se verdadeiramente, que os ‘intelectulóides’ parem com essa hipocrisia e dêem chances ao gênero, pois se encontraram uma vaga para o péssimo ÚLTIMA PARADA, na disputa do Oscar, porque não enfatizar tentativas tão relevantes quanto esta!
Título Original: Mangue Negro
Ano Lançamento: 2008 (Brasil)
Dir.: Rodrigo Aragão
Elenco: Valderrama dos Santos, Kika de Oliveira, André Lobo, Reginaldo Secundo, Markus Conká, Maurício Ribeiro, Ricardo Araújo
ORÇAMENTO: 50 Mil Reais
2 comentários:
Este filme é genial.
Realmente é um bom filme de zumbis nacional!
Falta mais divulgação para o gênero por aqui...
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