sexta-feira, setembro 30, 2011

ROCK BRASÍLIA - ERA DE OURO



Infelizmente hoje em dia o rock nacional esta acabado, num limbo eterno de bandas adolescentes coloridas que jamais mereceriam a alcunha de ‘roqueiros’. Se fosse só este o problema estaria tudo bem, mas até o Capital Inicial, uma das bandas protagonistas do documentário ROCK BRASÍLIA – ERA DE OURO, parece ter se esquecido de como se faz música de verdade.

Dirigido por VLADIMIR CARVALHO (O ENGENHO DE ZÉ LINS), o projeto conta com diversas cenas de arquivo raríssimas e foca-se, além do Capital Inicial, na Plebe Rude e na Legião Urbana, que saíram da capital e conquistaram uma grande massa de seguidores.
Toda questão anárquica e pró-liberal está estampada ali para quem quiser ver e é neste ponto que ROCK BRASÍLIA – ERA DE OURO convence, pois tem uma energia e vitalidade que impressionam.

Uma escolha usada pelo diretor foi o bate-papo com os familiares dos cantores, algo que poderia soar meio redundante e gratuito, mas ver Carmen Manfredini, mãe de Renato Russo falar do filho com tanto orgulho e carinho é tocante e só enriquece a experiência, transportando-nos ainda mais de volta àqueles bons e velhos tempos.

Os fãs de Renato Russo ganharam diversos motivos para se alegrarem neste ano de 2011, pois além de ROCK BRASÍLIA – ERA DE OURO (que mesmo mostrando outras duas bandas, foca seu roteiro um pouco mais em Renato), vão ter o privilégio de ver FAROESTE CABOCLO num longa metragem, viram o curta SOMOS TÃO JOVENS e uma homenagem de Cláudio Torres em O HOMEM DO FUTURO.

Foi um dos melhores projetos exibidos no Festival de Cinema de Paulínia neste ano e não por acaso faturou o prêmio de Melhor Documentário por lá.
Válido não só para a ‘Geração Coca Cola’, mas também para essa galera mais nova, que já nasce sendo bombardeada por influências musicais, digamos, fracas e pré-fabricadas.

Título Original: Rock Brasília - Era de Ouro
Ano Lançamento: 2011 (Brasil)
Dir: Vladimir Carvalho
Elenco: Renato Russo, Dinho Ouro Preto, Philippe Seabra, Fernando Lemos

ORÇAMENTO: --

PERGUNTA PARA O INTERNAUTA:

* O que você achou de ROCK BRASÍLIA - ERA DE OURO ?
* O que acham do rock nacional na atualidade ?

CURTA METRAGEM: THOUGHT OF YOU



O que mais chama atenção no curta THOUGHT OF YOU, além da trilha sonora inspiradora é a movimentação dos personagens e o traço bem trabalhado. Há uma dramaticidade forte no decorrer de seus 3 minutos de duração e a falta de um cenário ao fundo dá maior dinamismo e uma sensação que mescla clausura com liberdade.

Amor, perda, desilusão e companheirismo são temas recorrentes do curta, que brinca com tons de cinza e branco com extrema perfeição. Será exibido no Festival de Cinema do Rio com total merecimento, pois é emocionante e dialoga com o público sem dificuldades.

CINEMA: ESTRÉIAS DA SEMANA (30 / 09)

Diversão garantida essa semana para os mais variados públicos. Desde o espectador casual, que pode se divertir com AMIZADE COLORIDA e o nacional FAMÍLIA VENDE TUDO, até o nerd amante de ficção científica com CONTRA O TEMPO e os cinéfilos mais hardcore com NÃO TENHA MEDO DO ESCURO.

Amizade Colorida
Gênero: Comédia Romântica
Sinopse: Amizade Colorida acompanha uma caça-talentos e um jovem talentoso, que começam a trabalhar juntos e acabam se tornando ótimos amigos. Quando o relacionamento avança e começa a ficar mais íntimo, as coisas se complicam. Eles tentam amenizar a situação impondo uma regra: tudo não passa de atração física e qualquer emoção deverá ser deixada de lado. Mas, será que funciona impor regras ao coração?
País/Ano: EUA/2011
Direção: Will Gluck
Elenco: Mila Kunis, Justin Timberlake, Emma Stone, Woody Harrelson, Jenna Elfman
Distribuidora: Columbia Tristar

Contra o Tempo
Gênero: Ação
Sinopse: Quando o capitão Stevens acorda e se vê na pele de um homem que ele não conhece, descobre que está fazendo parte de um experimento criado pelo governo americano chamado de Código Fonte. O programa possibilita que Stevens assuma a identidade de um outro homem em seus últimos 8 minutos de vida. Agora sua missão é encontrar os responsáveis por um atentado que deixou milhares de vítimas.
País/Ano: EUA e França/2011
Direção: Duncan Jones
Elenco: Jake Gyllenhall, Michele Monaghan, Vera Farmiga, Jeffrey Wright
Distribuidora: Imagem Filmes

Família Vende Tudo
Gênero: Comédia
Sinopse: Uma família com dificuldades financeiras tem uma brilhante idéia: fazer com a filha Lindinha engravide do famoso cantor Ivan Cláudio para herdar uma bolada e tirar todos do sufoco. Eles planejam certinho o dia em que a garota deve sair com o astro e passam acompanhar sua agenda de shows. Eles só não contavam com um detalhe: a ciumenta Jennifer, mulher de Ivan, que não vai deixar esta história barata.
País/Ano: Brasil/2011
Direção: Alain Fresnot
Elenco: Luana Piovani, Lima Duarte, Caco Ciocler, Vera Holtz, Marisol Ribeiro
Distribuidora: Playarte

Não tenha Medo do Escuro
Gênero: Terror
Sinopse: Sally Hurst, uma criança solitária e introvertida, acaba de chegar a Rhode Island para morar com o pai Alex e a nova namorada dele na mansão do século 19 que estão reformando. A menina descobre um porão oculto, intocado desde o estranho desaparecimento do construtor da mansão um século antes. Quando Sally, inadvertidamente, liberta uma raça antiga e obscura de criaturas que conspiram para dragá-la para as profundezas infinitas da misteriosa casa, ela precisa convencer Alex e Kim que não se trata de uma fantasia.
País/Ano: Austrália/EUA/2010
Direção: Troy Nixey
Elenco: Guy Pearce, Katie Holmes, Bailee Madison, Alan Dale, Emelia Burns
Distribuidora: Buena Vista

quinta-feira, setembro 29, 2011

TOP CP - 10 FILMES DA PORNOCHANCHADA

A pornochanchada foi um gênero muito famoso na década de 70 e boa parte dos filmes foram produzidos na chamada 'Boca do Lixo'.

Eram filmes que abusavam do erotismo, mas que não continham qualquer cena de sexo explícito. Como era época da Ditadura, os diretores deveriam seguir algumas regras (como mostrar um seio de cada vez), para que sua obra fosse liberada.

No início da década de 80, ocorreu a popularização dos vídeo-cassetes e de filmes com sexo explícito e a pornochanchada chegou ao fim.

Vários atores e atrizes famosos começaram sua carreira neste 'sub-gênero' nacional, foi o caso de Sônia Braga, Antonio Fagundes, Reginaldo Faria e Vera Fischer, para citar alguns.

Aqui vai 10 famosas Pornochanchadas para você conhecer, escolhidos pela colunista Bárbara Silva (@_bahSiilva):

- A Viúva Virgem (1972)

Após se ver viúva, a jovem e virgem Cristina vai morar no Rio de Janeiro, no apartamento do falecido marido.
Chegando lá, conhece Constantino, um homem que quer dar o famoso 'golpe do baú'. Mas o fantasma do ex não deixará Constantino em paz.

- O Libertino (1973)

O comendador Emanuel é um senhor moralista, que dedica sua vida a combater a pornografia. Sua situação econômica não é boa, portanto, ele é obrigado a alugar sua mansão para um colégio de moças que na verdade tem outra função.

- A SuperFêmea (1973)

Foi o segundo trabalho de Vera Fischer no cinema. Ela é a bela modelo contratada para fazer a campanha de uma pílula contraceptiva para homens. O problema será conquistar a confiança do público alvo, uma vez que todos desconfiam que o tal produto pode causar impotência.

- Ainda Agarro Esta Vizinha (1974)

O publicista Tatá conhece Tereza, moça chegada do interior. Interessando-se por ela, prevê uma conquista fácil, como as de várias outras vizinhas e pretende explorar a virgindade da moça para obter um casamento proveitoso.

- Dona Flor e seus Dois Maridos (1976)

Vadinho, um mulherengo e jogador inveterado, morre repentinamente e sua mulher, Dona Flor, fica inconsolável, pois apesar dele ter vários defeitos era um excelente amante. Mas após algum tempo ela se casa com Teodoro Madureira, um farmacêutico que é exatamente o oposto do primeiro marido. Ela passa a ter uma vida estável e tranqüila, mas tediosa e de tanto "chamar" pelo primeiro marido, ele um dia aparece.

- O Bem Dotado, O Homem de Itu (1978)

Lírio é um caipira ingênuo, nascido em Itu. Por causa das gigantescas proporções de seu pênis, o rapaz foi para a cidade grande, onde se transformou em um "homem-objeto" para mulheres da classe alta.

- A Dama da Lotação (1978)

Carlos e Solange se amam desde jovens e acabam se casando. Na noite de núpcias, Solange se recusa a fazer amor com ele. Então em um acesso de raiva a estupra. Solange afirma que o adora, mas nos meses que se seguiram ao casamento ela não pode ser tocada por Carlos. Para provar a si mesma que não é frígida, começa uma rotina diária de seduzir homens em coletivos. Carlos entende que ela é infiel, enquanto ela, busca ajuda psiquiátrica pois não sente nenhum remorso.

- As Histórias que Nossas Babás não Contavam (1979)

Sátira do conto de Branca de Neve, em que os sete anões mostram ao príncipe encantado que tamanho não é documento.

- Mulher Objeto (1981)

Regina não passa de uma submissa e reprimida ex-secretária que só alcança o prazer através de fetiches que não abandonam sua imaginação. Ela sofre com essa situação incomum, que ameaça o confortável casamento com Hélio e atormentada pela intensidade dos devaneios picantes, não consegue se relacionar sexualmente com o marido.

- Amor Estranho Amor (1982)

Hugo sai do Sul do país com a avó e desembarca em São Paulo, onde é deixado na frente de um palacete. Ali mora e trabalha Ana, uma prostituta e amante do governador de São Paulo. O garoto irá conviver daí em diante nesse ambiente com outras garotas de programa como Tamara. Ela seduz Hugo - então garoto com doze anos - e o molesta. É o polêmico filme com a participação de Xuxa.

quarta-feira, setembro 28, 2011

INVASÃO ALIEN NOS CINEMAS

Existe vida inteligente em outros planetas da galáxia? Essa é uma pergunta constante que sempre atiçou a curiosidade de nós, meros seres humanos. Daí para transformar os extraterrestres em mais um ícone da cultura pop foi bem rápido.


Uma das histórias mais conhecidas sobre invasão extraterrestre foi a narração que Orson Welles fez para uma rádio em 30 de outubro de 1938, do famoso livro de H. G. Wells, intitulado ‘The War of the Worlds’ e que depois teve duas versões para o cinema, uma em 1953 e outra em 2005.

A população local, ao ouvir os relatos de que seres com enormes tentáculos estavam ocupando a cidade e que policiais estavam em conflito com os invasores, abandonou suas casas e o desespero tomou conta da região.

Logo abaixo você poderá ouvir um trecho dessa gravação:






Mas ao contrário dessa megalomania, STEVEN SPIELBERG provou que os nossos visitantes desconhecidos também poderiam ser amigáveis e em duas ocasiões criou obras primas da sétima arte: em 1977 com CONTATOS IMEDIATOS DO TERCEIRO GRAU, com um dos desfechos mais maravilhosos do cinema e em 1982 com ET – O EXTRATERRESTRE, onde o simpático e inofensivo protagonista cria forte amizade com o garotinho Elliot, que faz de tudo para salvá-lo dos ‘vilões’.


Apesar destes exemplos, o que realmente parece empolgar os cinéfilos do mundo todo é tratar estes seres desconhecidos como malvados. E exemplos para isso não faltam, temos desde ALIEN – O OITAVO PASSAGEIRO (1979), uma das ficções científicas mais aclamadas de todos os tempos – o design do bichão é sensacional –, O ENIGMA DO OUTRO MUNDO (1982), do mestre JOHN CARPETER, PREDADOR (1987), numa caçada alucinante no meio da floresta, até os mais atuais como MIB – HOMENS DE PRETO (1997) ou o excepcional DISTRITO 9 (2009).

Outro ponto a se discutir é o visual muito diferenciado entre eles, pois temos diversos tipos de características marcantes, que vão desde ‘besouros gigantescos’ e mortais (TROPAS ESTELARES, 1997), passando por robôs que se transformam em carros (TRANSFORMERS, 2008), até chegar no auge da tendência com Predador e seus dreads cheios de estilo.


2011 houve uma invasão (com o perdão do trocadilho) de filmes deste sub-gênero, uns bons como SUPER 8, outros medianos como LANTERNA VERDE e outros horrorosos como APOLLO 18.
E você, gosta deste sub-gênero? Acredita em extraterrestres? Já viu algum OVNI? Comente conosco!

Outros filmes sobre o tema que valem a pena: COCOON (1985), INVASORES DE CORPOS (1978), a saga STAR TREK, a saga STAR WARS, SINAIS (2002), O SEGREDO DO ABISMO (1989), O DIA EM QUE A TERRA PAROU (1951), DUNA (1984), STARGATE (1994), O MILAGRE VEIO DO ESPAÇO (1987)

terça-feira, setembro 27, 2011

CIDADE BAIXA



Ver o trabalho de um diretor maduro e que consegue dialogar com o público, mesmo com temas complexos e difíceis de serem explorados é uma honra e SÉRGIO MACHADO (QUINCAS BERRO D’ÁGUA) leva o espectador – que em sua grande maioria está acostumado a presenciar uma Bahia alegre e cheia de encantos – para uma celeuma de dramas e tristezas na vida de três pessoas.

Mesmo exagerando um pouco na carga dramática em certas ocasiões, CIDADE BAIXA nos deixa atentos e apreensivos até o final da jornada dos protagonistas que estão em busca não só de um grande amor, mas também de se encontrarem num mundo lotado de alternativas, angústias e sonhos.

Não há como negar uma certa semelhança com o filme DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS, mas o grande trunfo além da forma crua que o subúrbio baiano é retratado, são WAGNER MOURA (VIPS), LÁZARO RAMOS (MEU TIO MATOU UM CARA) e ALICE BRAGA (O RITUAL), que esbanja beleza e sensualidade.

Dois amigos de infância que ganham a vida fazendo fretes num barco simples e dando golpes em outras pessoas, acabam conhecendo a stripper Karinna. Eles se apaixonando por ela e decidem levar uma vida ‘a três’. Obviamente o ciúme entra no caminho deles, mas após as idas e vindas, descobrem que não podem viver separados um do outro.

A fotografia opaca e de certa forma suja, mantém o tom de desespero que os personagens tanto carregam junto de si. Pode parecer impactante demais para alguns espectadores ocasionais, mas o profissionalismo de todos os envolvidos amplia a beleza do longa. CIDADE BAIXA rende ao cinema outro ponto positivo nesta vigorosa retomada!

Título Original: Cidade Baixa
Ano Lançamento: 2005 (Brasil)
Dir: Sérgio Machado
Elenco: Wagner Moura, Lázaro Ramos, Alice Braga, Débora Santiago, Harildo Deda

ORÇAMENTO: --

PERGUNTA PARA O INTERNAUTA:

* O que você achou de CIDADE BAIXA ?
* Qual o melhor filme desde a retomada do cinema nacional ?

CURTA METRAGEM: PARTLY CLOUDY



Assim como a grande maioria de suas obras, tanto em curtas quanto em longas metragens, a Pixar recorre às sutilezas e cria personagens maravilhosos e situações ótimas em PARTLY CLOUDY. Não precisamos nem dizer que a parte estética é de encher os olhos e os pouco mais de cinco minutos são deliciosamente bem aproveitados.

Exibido antes de UP - ALTAS AVENTURAS, o curta conta a história de uma cegonha que leva todos os seres vivos recém nascidos – que são criados pelas nuvens – para suas respectivas famílias. Mas uma dessas cegonhas sempre se ferra e tem de levar jacarés, porcos espinhos e etc. Sutil, doce e emocionante... nada mais óbvio do que ter a Pixar como criadora do projeto!

Sugestão de Pauta da Cinéfila: Juliana Ferreira



GUIA DE FESTIVAIS AUDIOVISUAIS LATINO AMERICANOS

O mercado audiovisual da América Latina tem conquistado cada vez mais destaque na criação de grandes obras. A cada dia surgem novos eventos dedicados ao segmento, com uma grande quantidade de informações que precisam ser catalogadas, preservadas e, sobretudo, divulgadas. Para auxiliar na disseminação e na gestão da informação, mostrando sua importância para a cultura e economia de cada país, foi criado o Guia Fala – Guia de Festivais Audiovisuais Latino Americanos (www.guiafala.com.br).

O guia reúne informações sobre mais de 550 festivais e mostras de cinema e vídeo de todos os países da América Latina. Bastante interativo, o site possibilita ainda a participação em fóruns de discussão, além de espaço para que os próprios usuários contribuam com informações.

O projeto foi criado e desenvolvido por Júlia Nogueira, jornalista e mestre em Estudos Cinematográficos e Latino-Americanos, pela Universidade de Ohio (EUA). Júlia identificou, por meio de sua pesquisa, que o Brasil é o país latino-americano com o maior número de festivais. Em seguida estão Argentina, Colômbia, Chile e México, respectivamente.

O Guia Fala, já está em funcionamento e será lançado oficialmente no próximo dia 03 de outubro, dentro da programação da 5ª Mostra CineBH, no Palácio das Artes. Na ocasião, Júlia Nogueira fará uma demonstração sobre as funcionalidades da ferramenta, além de uma explanação sobre o processo de pesquisa e manutenção do guia. O site, que está sendo lançado em português, ganhará em breve uma versão em espanhol e futuramente outra em inglês. O projeto foi desenvolvido com recursos da Bolsa Funarte de Reflexão Crítica e Produção Cultural para Internet, selecionado através de participação em edital.

Lançamento Guia Fala - Guia de Festivais Audiovisuais Latino Americanos (www.guiafala.com.br)
Data: 03 de outubro de 2010
Horário: 16h15min
Local: Sala João Ceschiatti – Palácio das Artes
Endereço: Avenida Afonso Pena, 1537, Centro, Belo Horizonte
Entrada franca

sexta-feira, setembro 23, 2011

O GRILO FELIZ



O gênero da animação aqui no Brasil só vai realmente engrenar quando boa parte dos criadores aceitarem que uma animação pode dialogar tanto com crianças quanto com adultos, vide os mais famosos exemplos disso, como UP – ALTAS AVENTURAS, SHREK e etc, que além do bom design dos personagens consegue incorporar densidade dramática e cômica.

Infelizmente O GRILO FELIZ passa anos-luz disso e tortura o espectador nos seus 80 minutos de projeção. Me parece que o diretor WALBERCY RIBAS tentou colocar tanto carisma e inocência no personagem principal, que o deixou apenas idiota, com seus diálogos moralistas e com as cantorias sem fim.

Acredito que se eu fosse um inseto e morasse naquela floresta, mudaria de lado e também seria um dos vilões da história. Não que eles não sejam irritantes, mas pelo menos aparecem pouco e ficam com os trechos musicais mais divertidos.
As pequenas coisas feitas em computação gráfica não somam em nada na narrativa, mas deixa o cenário mais ‘luxuoso’ para nossos olhos.

Muito sábio e protetor, o Grilo Feliz cuida do vilarejo onde mora no meio da Floresta Amazônica e também de seus amigos. Ele canta e compõe músicas com a ajuda de uma companheira chamada Estrela Linda, mas com a chegada do temível Maledeto, eles terão que juntar as forças para salvar o local onde moram.

WALBERCY RIBAS tem uma história e tanto no gênero de animação e na década de 70 e 80 era o grande comandante da Start Desenhos Animados, mas errou feio ao tirar este roteiro do papel. Para crianças existem outras produções que chamam mais atenção, os adolescente e adultos não agüentarão quinze minutos. É triste falar isso, mas O GRILO FELIZ é fraco até demais.

Título Original: O Grilo Feliz
Ano Lançamento: 2001 (Brasil)
Dir: Walbercy Ribas
Elenco: --


ORÇAMENTO: --

PERGUNTA PARA O INTERNAUTA:

* O que você achou de O GRILO FELIZ ?
* Qual a melhor animação nacional que você já viu ?

CURTA METRAGEM: A ILHA



Num mundo onde ninguém mais olha para os lados e o método de vida é cada vez mais estressante, conhecemos o personagem Edu, do curta metragem A ILHA. Sua intenção inicial era apenas atravessar uma avenida, mas a tarefa não será nada fácil.

Ao dividir o curta em capítulos, o diretor ALÊ CAMARGO ganha em dinamismo e mesmo com a visível falta de maior mobilidade do protagonista, cria situações divertidas, com claríssimas referências ao filme O NÁUFRAGO.
Como ele expõe no início: "É necessário sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós", frase de José Saramago, que nos faz refletir o quanto estamos bitolados em nossas próprias e indivisíveis ilhas.


CINEMA: ESTRÉIAS DA SEMANA (23 / 09)

Você quer ação? Esta semana tem. Quer terror com muito sangue? Ok. Uma comédia feminina? Tem também. Ou então, quem sabe um filme nacional? Diversificadas estréias nesta semana! Ótimas sessões para vocês

Sem Saída
Gênero: Ação
Sinopse: Um jovem descobre que as pessoas que o criaram não são seus pais. Após essa revelação, sua vida muda, com uma série de eventos que vão obrigá-lo a lutar por sua sobrevivência.
País/Ano: EUA/2011
Direção: John Singleton
Elenco: Taylor Lautner, Maria Bello, Jason Isaacs, Sigourney Weaver, Alfred Molina
Distribuidora: Paris Filmes

Premonição 5
Gênero: Terror
Sinopse: A premonição de um homem salva trabalhadores da morte, mas ela está mais perto do que nunca já que, apesar de boas pessoas, esse grupo não deveria ter sobrevivido. Numa corrida contra o tempo, eles tentam proteger uns aos outros da terrível perseguição da morte.
País/Ano: EUA/2011
Direção: Steven Quale
Elenco: Emma Bell, P.J. Byrne, Miles Fisher, Arlen Escarpeta, Nicholas D'Agosto
Distribuidora: Paris Filmes

Missão Madrinha de Casamento
Gênero: Comédia
Sinopse: Annie é a dama de honra de sua melhor amiga, Lillian. Junto com um grupo de mulheres, ela sai pela estrada para o matrimônio.
País/Ano: EUA/2011
Direção: Steven Quale
Elenco: Kristen Wiig, Maya Rudolph, Rose Byrne, Melissa McCarthy, Wendi McLendon-Covey
Distribuidora: Paramount Pictures


Elvis e Madona
Gênero: Comédia
Sinopse: A motociclista Elvis sonha em ser fotógrafa, mas precisa trabalhar e consegue um emprego de entregadora de pizzas na Mussarela & Cia. A travesti Madona é uma cabeleireira que sonha em produzir um show de teatro de revista. De um encontro inusitado entre as duas personagens, nasce uma divertida e moderna história de amor.
País/Ano: Brasil/2010
Direção: Marcelo Laffitte
Elenco: Simone Spoladore, Igor Cotrim, Sergio Bezerra, Maitê Proença, Buzza Ferraz, José Wilker
Distribuidora: Pipa Filmes

quinta-feira, setembro 22, 2011

TOP CP - 10 FILMES TRASH

Normalmente a definição 'trash' é usada para tratar de filmes de terror, que geralmente tem uma estética amadora ou mal feita.
Pegamos aqui 10 clássicos trash, que vale a pena assistir (ou não!)

- Plano 9 do Espaço Sideral (1959)

Aclamado como o pior diretor de todos os tempos, ED WOOD faz aqui uma mistureba tremenda. Jogou imagens do ator BELA LUGOSI (que havia falecido há pouco tempo) e misturou com cenas de outro ator, fisicamente diferente. É considerado por muitos um dos piores filmes de todos os tempos.

- À Meia Noite Levarei a sua Alma (1964)

O maior nome do terror nacional, JOSÉ MOJICA MARINS dirigiu e protagonizou este filme, que transformou Zé do Caixão num ícone. É o primeiro de uma trilogia, os outros são Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver (1967) e Encarnação do Demônio (2008).

- Invasores de Corpos (1978)

Após descobrir que humanos estão sendo substituídos por alienígenas, um homem tenta resistir a ameaça de todas as formas possíveis. Ganhou uma refilmagem americana estrelada por Nicole Kidman e Daniel Craig chamada 'Invasores'.

- O Ataque dos Tomates Assassinos (1978)

Tomates se revoltam contra os humanos e começam a atacá-los. Com uma premissa dessas, o que esperar? A produção é horrível no pior sentido da palavra e a falta de efeitos especiais faz qualquer espectador desistir. O 2º filme, contou com a ilustre presença de GEORGE CLOONEY, ainda em início de carreira.

- A Morte do Demônio (1981)

Dirigido com muita perspicácia e abusando da criatividade, SAM RAIMI não só trouxe uma bela homenagem ao gênero, como também criou um novo herói chamado Ash. É a primeira parte da trilogia!

- Christine, O Carro Assassino (1983)

Dirigido pelo mestre JOHN CARPETER e baseado em um livro de Stephen King, conta a história de um carro amaldiçoado e com vontade própria, que sai fazendo estragos por onde passa. Divertido mas datado.

- Náusea Total (1987)

Alienígenas chegam à Terra e começam a sequestar e matar humanos, para estocar carne para sua 'rede de fast food interplanetária'. Foi a estréia de PETER JACKSON na direção de longas.

- O Ataque dos Vermes Malditos (1990)
Estrelado por KEVIN BACON, o filme fez sucesso e ganhou mais três seqüências.
O ATAQUE DOS VERMES MALDITOS era reprisado incansavelmente em canais abertos por aqui, é muito divertido, como manda a cartilha do bom trash!

- Fome Animal (1992)

Abusando não só do terror mas também do humor, PETER JACKSON volta na direção para contar a história do tímido Lionel e sua luta contra uma orda de zumbis canibais. Muito sangue, membros expostos e um padre bom de briga completam a mistura.

- Black Dynamite (2009)

Homenageando o blaxploitation dos anos 70, mistura muita pancadaria, lindas mulheres e um protagonista otimamente interpretado por MICHAEL JAI WHITE.

quarta-feira, setembro 21, 2011

O EXPRESSIONISMO ALEMÃO

Foi na década de 1920 que o Expressionismo Alemão chegou ao seu ápice, tendo como principais características os cenários distorcidos e atuações de certa forma exageradas para atenuar a dramaticidade nas interpretações dos atores, além disso, outros pontos diferenciais eram a maquiagem e a fotografia.

A origem do Expressionismo Alemão tem fortes inspirações nas obras de Van Gogh e no cinema escandinavo e o movimento não ficou apenas no cinema, mas se expandiu para a maioria das formas de arte, como pintura ou poesia por exemplo.
Os Estados Unidos foi um dos países que mais aceitaram este segmento, tanto que sofreu uma influência direta dele.




Produções como O GABINETE DO DR. CALIGARI (1920) ou NOSFERATU (1922), talvez sejam as grandes obras do período e todos os tópicos comentados no primeiro parágrafo são vistos, além do tom bizarro e de planos totalmente diferentes do que os espectadores estavam acostumados desde então.

A pesquisa do cinema alemão se tornou bastante complexa porque muita coisa foi perdida na época das duas grandes guerras mundiais. O primeiro filme desta fase que se tem notícia é O OUTRO (1913), dirigido por MAX MACK, sobre um homem com dupla personalidade.
E aí, com o envolvimento cada vez maior da Alemanha nos conflitos armados, boa parte dos países que consumiam suas obras, começaram a boicotá-lo.


Um dos principais nomes do segmento foi FRITZ LANG, pois foi um dos responsáveis pelos aspectos góticos e pelo figurino diferenciado.
Para finalizar, vale a pena conhecer este títulos já citados e outros como O ESTUDANTE DE PRAGA (1913), FANTASMA (1922), M – O VAMPIRO DE DUSSEUDORF (1931) e tantos outros, para entender melhor a história da sétima arte como um todo e desprender-se um pouco do cinemão hollywoodiano.


E você, já viu algum filme desta época? Gostou? Comente com a gente!

terça-feira, setembro 20, 2011

O HOMEM DO FUTURO



O interessante dos filmes de CLÁUDIO TORRES é que ele se cerca de profissionais muito talentosos e dá um toque ‘americanizado’ aos seus filmes e isso agrada em cheio os espectadores nacionais. Pois vejam vocês, foi assim com A MULHER DO MEU AMIGO (em menor escala) e com A MULHER INVISÍVEL.

Agora ele volta a falar sobre paixões e situações um tanto incomuns em O HOMEM DO FUTURO, que traz o excelente WAGNER MOURA (TROPA DE ELITE 2) como o protagonista looser, apelidado de ‘Zero’ e um tema recorrente em Hollywood: a viagem no tempo e os lapsos temporais.

O filme é divertidíssimo, não apela para palavrões gratuitos e mesmo com inúmeras idas e vindas no tempo o roteiro se mantém coeso, tem um elenco entrosado – principalmente MOURA e ALINNE MORAES – e presta uma homenagem muito boa à década de 90. O problema foi que vimos tantas vezes o trailer deste projeto nos cinemas, que algumas piadas acabam perdendo seu efeito.

Há 20 anos, o brilhante cientista João – agora conhecido como Zero – foi humilhado em público e perdeu o grande amor de sua vida, a bela Helena. Um dia, um de seus inventos acidentalmente o leva de volta no tempo e com isso tem a chance de modificar sua história. Mas ao retornar ao presente, percebe que tudo se modificou e que ele se transformou num empresário oportunista e sem escrúpulos. Agora, terá de voltar outra vez no tempo e impedir ele mesmo de alterar seu destino.

Vemos muito de DE VOLTA PARA O FUTURO e em certo ponto até de EFEITO BORBOLETA e ao contrário dos coadjuvantes galhofas de ASSALTO AO BANCO CENTRAL, os personagens Otávio, Sandra e Ricardo somam à narrativa. Filme pipocão nacional, divertido e que vale muito a pena ser conferido em tela grande!

Título Original: O Homem do Futuro
Ano Lançamento: 2011 (Brasil)
Dir: Cláudio Torres

Elenco: Wagner Moura, Alinne Moraes, Fernando Ceylão, Maria Luisa Mendonça, Gabriel Braga Nunes, Rodolfo Bottino

ORÇAMENTO: 7,5 Milhões de Reais

PERGUNTA PARA O INTERNAUTA:

* O que você achou de O HOMEM DO FUTURO ?
* Wagner Moura é o melhor ator de sua geração ?

CURTA METRAGEM: DIA E NOITE



Antes de TOY STORY 3 começar, o curta metragem DIA E NOITE surge, e surge também a magia da Pixar com sua explosão de originalidade e paixão para com a sétima arte.
Com um roteiro que poderia cair facilmente num clichê tremendo, traz dois personagens maravilhosos e situações diveridas e faz crianças e adultos entenderem o quanto é importante respeitar as diferenças um dos outros.

Lindo, dinâmico e perfeito, assim é DIA E NOITE, dirigido com maestria por TEDDY NEWTON. Concorreu merecidamente ao Oscar de Melhor Curta em Animação e mostrou ao mundo mais uma vez que a Pixar é a melhor produtora de filmes da atualidade.


sexta-feira, setembro 16, 2011

PERSÉPOLIS



É sempre bom sair um pouco do nicho hollywoodiano, seja nos filmes dramáticos, nos de terror e também na animação. Não que eu tenha enjoado das obras da Dreamworks, Fox e, principalmente da Pixar, mas descobrir novos tipos de linguagem e conteúdo é prazeroso e divertido.

E PERSÉPOLIS me deu este privilégio, tirado da graphic novel de mesmo nome, lançada por aqui pela Companhia das Letras, segue de perto a história de Marjane Satrapi, uma jovem sonhadora que lutava, mesmo que inconscientemente pela igualdade entre homens e mulheres num país extremamente conservador e rigorosamente machista.

Ao desfocar os objetos e ocultar o rosto de algumas pessoas, como se elas não tivessem identidade, a aproximação do espectador com Marje é facilitada.
No fim das contas, se nota que a educação da garota foi muito diferente do que a maioria absoluta das outras crianças de sua idade, pois nada era escondido dela por mais difícil e cruel que a notícia pudesse parecer.

Amada por seus pais e sua avó, Marjane Satrapi uma garotinha de oito anos acompanhou bem de perto a queda de um regime brutal em seu país de origem, o Irã.
A entrada de uma nova República inaugurou uma era onde o governo controlava o que a população iria vestir, ouvir e fazer, mas Marje acreditava que podia mudar este conceito e devolver a liberdade a todos.

Todas as peças são encaixadas com perfeição e nenhuma passagem torna-se gratuita, assim como o uso do preto e branco e de um traço simplista, que atenua a qualidade e coragem de um roteiro denso e muito poderoso.
E mesmo com os cinco minutos finais lotados de clichês, PERSÉPOLIS emociona e faz refletir. Se fosse filmado com atores reais, o impacto não seria tão grande! Obra prima.

Título Original: Persepolis
Ano Lançamento: 2007 (França)
Dir: Vincent Paronnaud, Marjane Satrapi
Vozes: Chiara Mastroianni, Catherine Deneuve Danielle Darrieux, Simon Abkarian, Gabrielle Lopes Benites, Gabrielle Lopez

ORÇAMENTO: --

PERGUNTA PARA O INTERNAUTA:

* O que você achou de PERSÉPOLIS?
* O que acharam do traço simplista visto no longa ?
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